Quênia


JAMBO – é o comprimento dos quenianos

Asante sana: significa Muito obrigado e
araka araka quer dizer depressa!

Depois de passar por Uganda e Burundi ....... mesma viagem! (2009)

Quênia foi um país que sempre me atraiu, talvez porque de certo modo eu conhecia bastante da realidade, já tinha assistido muitos filmes gravados lá, também pelos seus famosos safáris e Massais. Para ir a Burundi eu tive que fazer conexão em Quênia, então era mais que justo na volta fazer também um stop e conhecer pessoalmente este pais. Combinei com um amigo peruano que morava no Congo pois trabalhava numa ONG – “Acción contra el Hambre” e tinha uma semana de férias para embarcar junto comigo nesta viagem..

Geograficamente Quênia faz fronteira com Sudão, Etiópia, Somália, Tanzãnia e Uganda. Nairóbi, a capital, é a maior cidade deste país Africano com mais de 3 milhões de habitantes, é uma cidade é bastante recente, o que se reflete na ausência de edifícios antigos. Foi uma ex-colonia inglesa, portanto seu idioma oficial é o inglês e o swahili. Durante o período colonial, a cidade foi o principal centro da indústria do café e chá.

O trânsito durante os dias de semana é uma loucura. A rede de transportes apenas conta com táxis e os tradicionais “Matatus”. Como é comum em muitos países africanos, a cidade é percorrida por centenas de carrinhos (tipo Toyota Hiace) que são extremamente baratos e que a maioria da população usa


MOMBASA é a segunda maior cidade do Quênia com cerca de 900 mil habitantes e um importante porto marítimo no Mar Indico. Distante 487 km de Nairóbi (2 horas de voo pela Kenya Airways e $ 160,00 dólares ida-volta).

Historicamente Mombasa foi fundada no século XI por mercadores árabes sendo posteriormente ocupada por Portugal, foi saqueada e retomada e em 1593 concluiu a construção do grandioso Forte Jesus, tornou-se formalmente uma colônia Portuguesa constituindo uma das praças-fortes da rota da Índia. Em 1698, foi reconquistada pelos árabes do Sultanato de Oman. A partir desta data o domínio foi partilhado entre Britânicos e Árabes.

A fortaleza fica localizada na parte da cidade antiga, ao lado de um grande porto marítimo e dentro do centro comercial constituído do mercado e arredores que mistura estilos arquitetônicos de todas as raças que por ali passaram, entre elas, portugueses, indianos, árabes e africanos. Pelos becos vê-se casas antigas, mercadinhos de alimentos e de artesanato, os vendedores na portas convidando a entrar e se encantar. Há também templos indianos e mesquitas. O mercado é um festival de cores, cheiros e sabores. Eles não gostam de ser fotografados, quando percebem que apontamos a máquina, rapidamente cobrem o rosto, se viram ou se escondem, principalmente as mulheres muçulmanas que andas cobertas pela “Burca” mostrando apenas os olhos e com as mãos todas tatuadas. Eu só imaginava o calor que ela estariam passando de baixo desse tecido preto num local onde a temperatura não é inferior a 40ºC.

É uma cidade que atraí muito turismo devido as suas belezas naturais (praias) mas também pelo turismo sexual, muitos estrangeiros vão a procura de novas experiências com Africanos (as) e infelizmente eles se prestam para isso.

A praia é extensa e o mar é tranqüilo e água quente, porém cheia de algas (pelo menos nos dias em que estive ali), há muitas jangadas que levam os turista a dar um volta mar adentro, na areia ficam os vendedores ambulantes de artesanato, eles trazem suas mercadorias as colocam na areias num espaço delimitado, um ao lado do outro. Quando uma pessoas passa eles chamam insistentemente para que pare, olhe e compre é lógico. Com eles é preciso saber negociar com muita paciência, uma vez que não existem preços fixos para os produtos, eles olham para sua cara e lançam um preço e esperam o você retrucar com uma oferta mais baixa, então o vendedor não vai aceitar e propõe um outro preço nem tão alto quanto o primeiro anunciado nem tão baixo quanto ofertado pelo comprador estabelecendo uma disputa, o que nos chamaríamos de “pechinchar”, isso pode tardar muito tempo.

Andei a camelo!!! Na mesma praia é possível pagar para dar uma volta individual ou em dupla. Confesso que não gostei muito da sensação, achei eles muito altos comparados com cavalos. Fiquei com medo na hora que o camelo se levanta e se agacha para descer, pensei que iria cair. Estranho!...rsrsrs

O prato típico é o famoso Ugali, semelhante a uma polenta, feito de milho, água e leite. É muito utilizado como acompanhamento de carne ou vegetais, fácil para pegar com as mãos. Pois é verdade, no "restaurante" que fui também não me deram talheres.




SAFARI - Parque Nacional MAASAI MARA

Depois de fazer uma breve pesquisa entre algumas agencias descobrimos uma muito simpática chamada BEST SAFARI CONNECTIONS, quem nos atendeu foi a Ann Mbithe que nos fez um preço bem interessante, pelos três dias dormindo em camping (barraca) pagamos $ 300 dólares. Parece caro mas comparado com os valores que eu tinha pesquisado na internet desde o Brasil e na África do Sul a diferença era mais de $ 1000 dólares, aceitamos rapidamente. O grupo foi constituído de 3 meninas da Bélgica, 2 americanos da Força de Paz e de nos dois, nos divertimos muito tentando conversar em Frances, inglês e espanhol.

O Parque Massai Mara, na região Sudoeste, junto à fronteira com a Tanzânia, é talvez um dos mais famosos pontos do Quênia, não só pela diversidade animal ali presente - com cerca de três milhões de animais . O percurso é feito por estrada desde Nairóbi, aproximadamente 6 horas de viagem. Tudo pelas savanas - região plana cuja vegetação predominante são as gramíneas, poucas árvores esparsas e arbustos isolados Normalmente, as savanas são zonas de transição entre bosques e prados. Nestas savanas acontece um dos maiores espetáculos da natureza: a migração em massa de milhares de animais, que atravessam o rio Mara uma vez por ano durante a seca, de junho a agosto, em busca de pastagem

O safári se faz sempre dentro de uma Van da Toyota, em nenhum momento é possível descer e caminhar para não correr o perigo de ser atacado por um leão feroz! rsrs É brincadeira, mas com um fundo de verdade! Partíamos bem cedo, lá pelas cinco  da manha e passávamos praticamente o dia inteiro percorrendo o imenso Parque vendo os animais. Sempre parávamos para fotografar e observar e alguns deles se aproximavam do carro como as girafas ou ficavam nos encarando e vice-versa. Vimos de tudo: girafas, zebras, veados e gazelas, elefantes, búfalos, chita, leopardos, rinocerontes, um casal de leões que a estavam na época do cio, nesse época eles fazem amor 20 vezes por dia então aproveitaram para dar uma pequena demonstração, hipopótamos, macacos, diferentes aves e outros que não sei o nome. É uma experiência fantástica, embora eu já os tenha visto em algum zoológico é muito diferente vê-los no seu habitat. Engraçado que eles não se misturam, então tem o lugar onde fica o rebanho de búfalos, mais adiantes os elefantes e assim por diante. Fiquei surpresa com minha ignorância, ao ver que todos os animais conviviam abertamente na savana onde de longe se avistam uns aos outros e nem por isso se atacam (creio que os filmes de Tarzan e rei leão me confundiram, rsrsr).
São muitos os carros que percorrem no mesmo Parque e os motorista se comunicam com um rádio, quando um avista algum animal avisa os demais para que se dirigem para esse lugar e assim uns ajudam os outros. Também é comum os carros se atolarem. Nosso carro atolou várias vezes, furou pneu e tudo que tinha direito assim todos descíamos a empurrar e algumas vezes precisou de um outro carro para puxar com mais força.



No segundo dia visitamos uma aldeia de Massais (que a seguir descrevo um pouquinho sobre este povo). Eles nos cobraram $ 20 dólares de entrada, fato que me provocou desgosto, não gosto de ver que o turismo altera os valores e costumes dos nativos e estes se aproveitam, um exploração mutua e não simpática. 

Assim que chegamos, as mulheres da aldeia cantaram uns cantos típicos, os homens nos convidaram a conhecer suas casas e nos explicaram como era o modo de vida deles e logo nos levaram para um espaço onde acontecia uma feira de artesanato. Eles trabalham muito bem com miçangas confeccionam belíssimas puseras, colares e brincos que eu particularmente sou apaixonada.


No dia seguinte eu voltei com uma sacola cheia de roupa, sandálias e perfumaria para dar a eles, já estava chegando o fim da minha viagem e eu tenho esse costume de deixar minha roupa pelo caminho. Engraçado porque nunca tinha parado para pensar neste ato e agora penso se isso não seria uma espécie de marca, de rastro. Terá minha história alguma relação com a história de João e Maria? Em fim, voltando naquele dia, quando eu me aproximei as crianças e mulheres vieram ao meu encontro rapidamente pedindo e puxando tudo, chegando a rasgar a sacola, então eis que tive a ideia de dizer: “I change” (eu troco) e elas me olharam com uma cara de surpresa, creio nunca nenhuma branca chegou ali para trocar suas sandálias velhas por algo com eles, uma blusa por uma pulseira. O fato é que eu levantava algo daquilo que queria dar e todas ofereciam algo para trocar, então eu escolhia e negociava, assim como aprendi com eles, foi de verdade muito divertido e creio que foi justo, eu nao teria como dar para algumas pessoas e outras não e assim elas ficaram conformadas. Se alguém tivesse filmado essa cena teria sido bem cômica! Quando levantei um frasco de creme hidratante corporal me perguntaram se era para beber? E por ai vai.


MASSAI

Massai é um grupo étnico africano de semi-nômades que habitam no Quênia e Tanzânia. Seu idioma é o Maa. 

Religião: São monoteístas, acreditam num único ser supremo e criador - “Engai” guardião da chuva, da fertilidade, do sol e do amor, "cujo olho é grande e tudo observa". Ele vigia os Massai "que são os melhores e os mais fortes guerreiros".Olapa é a deusa da Lua, casada com Engai. A pessoa, o líder espiritual deste povo, atua como intermediário, chamado de “laibon”, também a ele pertence todo conhecimento sobre as ervas.

Povo de pastores e guerreiros: Segundo a lenda, o Ser Supremo, teria entregue todo o gado do mundo aos Massais, por essa razão lavrar a terra seria uma ofensa. O estilo de vida tradicional se concentra em seu gado, que constitui sua principal fonte de alimento.

O respeito e a dependência que esta tribo tem em relação aos bovinos não existe em qualquer outra parte do mundo. O gado, com vistosas corcundas e longos chifres, tem um grande valor social. A classe social dos Massai é medida pela quantidade de gado que possui a família. Este serve para manter a família, aumentar a riqueza e possuir mais mulheres e filhos. O dote de uma mulher para casar custa em média 10 vacas e cada vaca custa em 2009 cerca de $ 110 dólares.


Os Massais são guerreiros natos e destemidos caçadores de leões. Fabricam suas próprias lanças com as quais enfrentam o rei da selva, como sinal de bravura, para impressionar uma jovem pretendida. Após a caçada ao leão, o corajoso jovem tem o direito a usar um cocar feito com a juba do predador e carregar no peito a sua maior presa.

Moradia: Sendo nômades, os Massai constroem cabanas temporárias semelhantes às OCAS, construídas com galhos, rejuntadas com esterco de vaca, barro e estacas de acácia, sem janelas e chão de terra batida e, finalmente, cobertas com pele de gado para garantir a impermeabilidade. São vivendas bem rústicas e geralmente são divididas em 4 ambientes, um deles, dorme a esposa com os filhos pequenos, no outro dorme o chefe da família, no terceiro colocam a vaca e o bezerro e no último uma cabra e seu cabritinho.

È muito, mas muito escuro. Demora um tempinho para os olhos se acostumarem a enxergar na escuridão. O cheiro ali dentro é bem forte e característico da urina animal, por todos lados há bosta de animais e muita, mas muita mosca que inclusive pousam sobre o rosto das pessoas, mas elas já devem estar tão acostumadas que nem sentem.

Um grupo de cabanas é construído em forma de circulo dentro de uma área fechada por cercas espinhosas, formando uma aldeia que é chamada de “Enkang”. .A noite, as vacas são conduzidas ao centro, protegidas dos animais selvagens. Eles permanecem nesta terra enquanto seu gado pasta; depois que as pastagens secam, eles se mudam. Sua sociedade é patriarcal como na maioria da etnias africanas são os homens mais velhos que decidem sobre a maioria das questões do grupo

Alimento: Os alimentos fundamentais são: o leite, carne e sangue que retiram do gado vivo. O leite é armazenado em cuias que são lavadas com urina de gado. Para retirar o sangue sem sacrificar o boi, amarram um torniquete no pescoço comprimindo a veia jugular para que ela fique em evidência. Com uma pequena lança, o líder deve perfurar a veia e coletar o jato de sangue numa vasilha especial de madeira. Solto o torniquete, o sangramento é estancado e a ferida tratada com esterco.

Os animais também são objeto de culto, não são mortos exclusivamente por motivos alimentares, mas somente por razões rituais. Quando matam uma vaca, as regras são conhecidas: as melhores partes do animal vão para os idosos, depois, quando estes estão satisfeitos, comem os guerreiros e por último comem as mulheres e as crianças.

Corporalidade: Seus ancestrais vieram do Egito conduzindo lentamente o gado e foram se misturando com o povo negro do alto Nilo e leste da África. O homem massai tem um estereotipo alto, magro, esguio e brioso.

Eles se vestem com mantos de algodão e lã, nos quais prevalece a cor vermelha em diversas tonalidades . Suas sandálias são confeccionadas de coro. As sandálias são um símbolo de prosperidade para a família que se forma. Elas representam o gado que é um bem supremo, fonte de vida e de prestígio. "Senhor - oram os Massai - concedei-nos generosamente sandálias e cajados para o tempo da nossa velhice".

Os homens e as mulheres têm suas orelhas furadas, alargadas e enfeitadas com miçangas bem coloridas. São colares, braceletes, brincos e anéis feitos com miçangas de muitas variedades. Para valorizarem seus adereços e ficarem mais atraentes, todas têm as cabeças raspadas.

Os moram, como são chamados os guerreiros entre quinze e trinta anos, têm longos cabelos entrelaçados e misturados com ocra vermelha e gordura de carneiro. Em tempo de guerra estas decorações serviam para tornar mais assustador o aspecto dos guerreiros e para atrair a atenção, em particular das moças.

Tem dois dentes incisivos centrais superiores extraídos durante a infância. Pela falha desses dentes introduzem uma cânula com alimento ou medicamento de raízes, quando um doente não consegue se alimentar. Isto servia para facilitar a alimentação dos bebês ou crianças pequenas caso adoecessem com tétano, cujo primeiro sintoma apresentado é o trismo (travamento das mandíbulas).

Tradição

Rito de Iniciação: Todas da etnia Massai são iniciadas durante uma cerimônias no qual realizam a circunsessão nos jovens (16 anos) e a clitoridectomia (remoção do clitóris) nas meninas. Acontece em ritos diferentes de acordo com sexo.

O rapaz torna-se moran após a circuncisão, assumindo um compromisso militar diante da comunidade. Os guerreiros possuem o direito e o dever das armas, defendendo o território e o gado, caçando os animais predadores e, no passado, roubando gado de outros povos.

Casamento: quando a menina atinge a puberdade, por volta de 15 anos, é apresentada a outro clã e oferecida em casamento. O interessado deve pagar aos pais da pretendida, o equivalente em gado, o valor a ela atribuído. Para muitos povos africanos, o casamento não envolve simplesmente um homem e uma mulher, mas as suas famílias inteiras. A ligação que se cria por meio da entrega do gado torna-se uma nova relação de amizade, partilha, solidariedade e apoio recíproco

Os casamentos são planejados, marcados por um homem que desenha um X vermelho na barriga de uma mulher grávida solteira. Se ela recusar, será desligada de sua casa. As mulheres podem se casar uma única vez na vida, enquanto que os homens podem ter mais de uma esposa (se tiverem vacas suficientes para o dote, eles podem ter mais de uma ao mesmo tempo).

As trocas comerciais, para aquisição de qualquer outro produto, são feitas com o pagamento em vacas, e os dotes entre famílias, para que os seus filhos casem, também são constituídos por vacas. Assim, o noivo que tiver mais e melhores vacas para dar como dote, pode escolher a noiva desejada.

Morte: Até bem pouco tempo atrás, os MASSAIS não enterravam os seus mortos. No ritual fúnebre, passam banha de vaca no corpo do moribundo, cobriam-no com pele de animal e deixavam-no nas savanas para que as hienas o consumissem.

DICAS

Agencia para safári em Nairóbi: Best Safari Connections. e-mail: info@bestsafariconnections.com, fone: (254) 20-230936 ou 722-441538

Hotel Kipepeo – (254) 728 771 991 – Centro de Nairóbi


Filme:

A massai branca (Dieção Hermine Huntgeburth)

Sinopse: Carola Lehmann (Nina Hoss) está em férias no Quênia. Quando faltam poucos dias para retornar ela conhece Samburu (Jacky Ido), um guerreiro Lemalian que usa armas e roupas tradicionais. Fascinada, ela logo se apaixona. Carola decide cancelar o vôo de volta e mandar Stefan (Janek Rieke), seu namorado, retornar sozinho, enquanto ela própria percorre o Quênia tentando reencontrar Samburu.


O jardineiro fiel (direção Fernando Meirelles)

Sinopse: Uma ativista (Rachel Weisz) é encontrada assassinada em uma área remota do Quênia. O principal suspeito do crime é seu sócio, um médico que encontra-se atualmente foragido. Perturbado pelas infidelidades da esposa, Justin Quayle (Ralph Fiennes) decide partir para descobrir o que realmente aconteceu com sua esposa, iniciando uma viagem que o levará por três continentes.


África do meus sonhos (Direção: Hugh Hudson – 2001)

Sinopse: África dos meus Sonhos" é um filme baseado na verdadeira história de Kuki Gallmann, uma mulher italiana de classe alta, divorciada, que se apaixona e se casa com um aventureiro, largando tudo para se estabelecer na África.


A cor púrpura (Direção: Steven Spielberg – 1986)

Sinopse: Uma jovem de 14 anos é violentada pelo pai e torna-se mãe de duas crianças. Sem poder mais procriar, ela logo é separada de seus filhos e é doada a um homem que a trata como escrava e companheira