sábado, 5 de fevereiro de 2011

Phnom Penh - Camboja




Finalmente chegamos a Phnom Penh, capital de Camboja, após ter viajado a noite inteira (12 hs) de bus desde Ho Chi Min. Nós já havíamos feito o Visto, entretanto é possível fazê-lo na fronteira (U$ 30). Este era um dos países que eu particularmente queria muito conhecer, há muitos anos atrás assiti um filme “Os gritos do silencio”e tinha ficado muito impressionada com a história deste povo que logo relato um pouquinho.

A primeira coisa que nos impressionou a pisar nesta terra foi o tamanho do sorriso das pessoas, tão simpáticos que seus risos chegam a ser contagiosos.




Camboja, também conhecido como Kampuchea, fala a lingua Khmer e ainda usam muito o Inglês e francês. O governo é muito semelhante com o governo da Tailândia, possui uma monarquia constitucional de Multi-Partido Democrata – sendo que a família real tem pouco poder global e sim o chefe de governo que tem o maior controle do país. Tem uma população estimada de 13,9 milhões, com uma expectativa de vida média de 60 anos, a mais baixa do mundo, devido a fome generalizada e a baixa infra-estrutura de saúde e serviços sociais.

A moeda é Riel (1$ = 4000 rieis). Imaginem que ao chegar trocamos 100 dólares e nos deram 40 milhoes de ríeis!!!!.


Killing Fields

Visitamos o “Genocídio Museu” que está localizado exatamente no local, onde muitas pessoas foram executadas, Ali também há muitas valas onde foram despejados os corpos, nesses locais aparecem ainda os ossos e pedaços de roupa no solo. Num dos locais estava escrito numa placa que ali ficava um dos militares com um auto-falante falando e amenizando o barulho da matança das pessoas. Construíram um monumento reunindo mais de 4.000 crânios humanos e roupas, desntro desse local escuta-se uma música cuja a melodia é táo triste que nos faz emocionar ainda mais.








Camboja foi palco do maior genocídio da humanidade, aproximadamente 3 milhões de pessoas, 1/5 da população total, foram assassinadas e torturadas durante o mandato do primeiro-ministro Pol Pot, líder do movimento comunista conhecido como Khmer Vermelho, durante os anos de 1975 a 1979.

O objetivo de Pol Pot era de "purificar" o país, criando uma sociedade comunista puramente agrária, uma sociedade sem classes, rejeitando tudo o que fosse relacionado com o capitalismo, cultura ocidental, as influências estrangeiras, a religião e a vida da cidade.

- os moradores da cidade receberam ordens de evacuar para o campo, onde foram forçados a trabalhar em fazendas colectivas, morrendo de fadiga e fome, eram obrigados a produzir 3 toneladas de arroz por hectares, enquanto antes era apenas em média 1 tonelada;

- o dinheiro foi abolido, livros foram queimados, professores, comerciantes e quase toda a elite intelectual do país foi assassinada;

- escolas e hospitais foram fechados, bem como bancos e empresas industriais e de prestação de serviços;

- membros da mesma família foram separados e eram condenados à morte caso se comunicassem, todos os serviços postais e telefónicos foram abolidos;

- as crianças sofreram lavagem cerebral socialista, e aprenderam métodos de tortura com animais, recebendo papeis de liderança em torturas e execuções. Um de seus lemas desse Novo Povo era: “Não existe beneficio em mantê-lo vivo. Não existe prejuízo em destruí-lo";

O fim se deu com a intervenção militar vietnamita, mas o Khmer Vermelho continuou a lutar como uma guerrilha em algumas regiões até que seu líder morreu 18 anos depois.

VELÓRIO BUDISTA

Ao voltar para o hotel passamos por uma casa onde estavam velando uma senhora de tinha falecido naquela madrugada com problemas respiratórios, na verdade ela já estava bem doente e tinha 84 anos. Eles colocam o corpo sobre uma esteira no chão da sala e enquanto isso enfeitam o caixão com muitas flores. Os parentes e amigos se aproximam e ficam ali tomando chá, nós também fomos convidadas a sentar um pouquinho e tomar um chá para ser solidárias a esse acontecimento. No dia seguinte eles levariam o corpo para ser cremado.








PIME (Pontificio Instituto das Missóes Estrangeiras)

No final da tarde nos encontramos com o Pe Gustavo Benitez, um padre Argentino pertencente ao PIME, instituto pelo qual eu tive a honra de conhecer de perto o trabalho que realizam em diferentes missões do mundo, geralmente onde há mais pobreza. Com eles realizei as mais belas experiências de minha vida em Guiné Bissau, na Amazônia, no México e em outras partes do Brasil. Aqui na Ásia eles estão na Tailândia, Camboja e Mianmar (onde estão os primeiros mártires da congregação).

Sabia da existência do Pe Gustavo através de um outro sacerdote amigo em comum. Ele foi ao nosso encontro e conversamos por um par de horas, nos contou como encontrou sua vocação e o trabalho que realiza junto a igreja local. Trabalham basicamente com educação especial para pessoas com deficiências, também com educação normal, promoção humana e capacitação profissional na área rural principalmente. Eles são em apenas 8 padres de PIME e ao todo o país possui 50 de outras congregações estrangeiras pois apenas há 4 padres cambojanos. Os católicos são apenas 1%, num universo de 95% de budistas e um 4% de outras religiões protestantes e animistas, há também uma comunidade mulçumana.


Eu teria gostado de ficar um par de dias para visitar e documentar o trabalho deles, mas infelizmente já estamos no final da nossa viagem e nao temos tempo. Apenas fica um apelo para quem desejar conhecer mais e ajudar a missão, entre em contato com ele pelo e-mail: guscini@yahoo.com.ar









Nenhum comentário:

Postar um comentário