domingo, 30 de janeiro de 2011

SAPA - Vietnã


Depois de 8 horas de trem até Bac Há e logo 1 hora de Van montanha acima entre curvas, precipícios e neblina, eis que chegamos a SAPA. Uma pequena cidade de aproximadamente 37 mil habitantes, localizada nas montanhas no norte do Vietnã (quase fronteira com China). Vizinha a vários vilarejos, onde vivem algumas etnias minoritárias, que cultivam o arroz na água, em terraços de níveis diferente de maneira milenar, parecido com o sistema dos Incas no Perú.

As curvas de nível dos arrozais esculpidas nas montanhas e a montanha Fansipan, a mais alta do sudeste da Ásia, com 3 143 metros, são de beleza impar.




Desta vez estávamos mais ou menos preparadas para o frio, mas foi ainda pior do que imaginávamos, era um frio úmido, de sair fumaça da boca ao falar, de manha cedo e a noite a temperatura chegou a ZERO graus. Não vimos o sol em nenhum momento pois a neblina tomou conta de toda a paisagem. O fato de estar à 1600 metros de altitude explica.

Fomos através de um pacote que incluía transporte, hotel, refeições e guia, tudo muito bem organizado. Como chegamos muito cedo, 5 a.m. tentamos dormir um pouquinho mas o frio era tanto que descemos para a refeitório onde tinha uma vazia grande com fogo e um roda de pessoas em volta para se aquecer. Nossa guia nos buscou as 9:30 a.m. e ao sair do hotel eis que uma dezena de mulheres nativas nos cercaram oferecendo seus produtos artesanais, foi uma mistura de emoção em ver aquela gente tão diferente, com trajes típicos, de baixa estatura, alegres, algumas delas carregando seus bebes nas costa amarradas por um pedaço de tecido, outras com dente de ouro, uns brincos muito grandes e pesados quase que rasgando a orelha. Aquela gente alegre e calorosa nos esquentou nesse primeiro momento. Saímos então caminhando rumo a uma comunidade e muitas dessas mulheres e crianças nos acompanharam.

 

Caminhamos por mais de duas horas, passando por alguns arrozais e logo chegamos ao um dos vilarejos chamado CAT CAT e conhecemos o modo como vivem de maneira bem humilde, cozinha com fogo de chão, banheiro do lado de fora, os homens trabalham na agricultura e as mulheres nos teares, bordando e tingindo tecidos. Voltamos para almoçar e a tarde era livre para percorrer a cidadezinha.

















Depois da janta estávamos com outros hospedes em volta ao fogo, foi uma noite bem calorosa regada por vinho e a companhia de um casal de italianos, um Frances de origem espanhola e um australiano.


No dia seguinte outro tour nos esperava, antes de sair os donos do hotel nos ofereceram botas de plástico até joelho , nos aceitamos pensando que era apenas pela chuva fina que havia lá fora, mas quando começamos a caminhar a estrada se tornava cada vez mais difícil e ate perigosa, era sempre morro abaixo com algumas subidinhas mas a lama era tanta que facilmente enterrávamos a bota inteira ao pisar. Foram 3 horas de sacrifício, pois em muitos pedaços chegávamos a escorregar, por sorte essas mulheres que também nos acompanhram nesse dia seguraram nossas mãos para não cair e mesmo assim eu consegui cair duas vezes. Chegou um momento que o stress era grande pois, alem do esforço em caminhar na lama, fazia muito frio, havia neblina e uma chuvinha de vez em quando impedindo de fotografar, não sendo preconceituosa mas apenas usando uma expressão popular, foi um verdadeiro “programa de índio”. Mas valeu MUITO a pena, creio que as fotos revelam isso.























Ao conhecer as condições que essas pessoas moram eu nem me permitia reclamar tanto, ao final, eu estava experimentando apenas um pouquinho do que elas vivem, depois eu voltaria para o hotel para tomar um banho quente, comer e dormir bem aquecida diferente delas, que lhes esperava um quarto escuro numa casa de madeira, sem luz, sem água encanada muito menos quente e sabe lá se tinham cobertor suficiente para se aquecer. Eu voltaria para minha realidade e elas permaneceriam ali, tentando vender suas artesanias por um ou dois dólares, mulheres idosas e crianças, dia após dia, ano após ano. Que outro futuro elas poderiam sonhar ou pensar?







































4 comentários:

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    ESTAMOS ADORANDO RECEBER AS MENSAGENS E SABER QUE ESTÃO NOS ACOMPANHANDO, MUITO OBRIGADA! BEIJOS A TODOS, VIRGINIA E BIANCA

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  2. Virgínia querida!!!!
    Acredite, estou viajando com você. Suas fotos juntamente com o seu relato, estão me deixanso em êxtase.
    Quanta sensibilidade!!!
    beijos, Fê

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  3. Virginia querida,

    não sabes como fico emocionada lendo seus relatos da viagem e vendo suas fotos... qto aprendizado amiga!!!

    Obrigada pela delicadeza em compartilhar este momento tão especial.

    Bjs no seu coração e outro para Bianca.

    Caca

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  4. Amiga,
    Tuas fotos do povo das montanhas refrescou a minha alma. Que delícia.
    Os relatos são importantíssimos para avaliarmos a realidade que se esconde por trás das imagens.
    Beijos.
    Ana

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